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Disco Dem​ê​ncia (2016)

by Hierofante Púrpura

/
1.
Cachorrada 06:56
letra: Danilo Sevali arranjos / música: Hierofante Púrpura É coisa, pra minha Cachola (bis) É muita coisa pra minha cachola, um prejuízo  o tal do rala e rola (repete) Minha mãe me falou: que essa MERDA de banda não vai me render  um só puto! enquanto ela praguejava, fui me tornar vagabundo. Minha mãe perguntou: se esse tal rock indie, são um bando de CÃO SEM DONO! pose de gente letrada seremos a  banda do ano?
2.
Acalenta Lua 05:55
letra: Gabriel Lima arranjo / música: Hierofante Púrpura É uma Lua, é uma lua... que eu nunca senti que eu nunca me permiti (repete 3x) Venha cá, se achegue lá. (bis) aaaaaaahh ahhhh aaahhhh Que eu nunca, Que eu nunca! nunca senti...
3.
letra: Danilo Sevali arranjo / música: Hierofante Púrpura Eu disfarço o vício, escondo, omito para não causar confusão. Isso diz muito a respeito, sobre esse meu jeito passivo de ser. Não sou bem vindo, e nem mesmo finjo ser alguém que não posso ser. Devolvo o troco  e desfiro o soco no olho que julga ter poder sobre mim sobre mim, sobre mim, sobre mim... só sobre mim. Sendo assim me escapou  o que eu tinha de bom tinha de bom, tinha de bom, tinha de bom Sendo assim me escapou (o que eu tinha assim) o que eu tinha de bom... mas você segue cuspindo na minha cara mas você segue curtindo com a minha cara
4.
letra: Danilo Sevali arranjo / música: Hierofante Púrpura Sabe olha só, eu estou cansado desse colapso Colorido e Derramado. Sinto o meu corpo abatido sinto um olhar quadrado, estupefato eu já estou farto  desse fardo de dor. fardo de dor. Olha, veja bem quem sou eu? eu não sou ninguém... sou alguém. Sou alguém de fino trato, emoldurando mil retratos apenas um ordinário relato  de uma vida sem calor. A uma fria alma me compara  foi num sonho,  que antevi tal frase que eu antevi (x2) Eu vou ler você Te madrugar! compulsiva-mente. Medíocre ato se te pego te capo! e te afundo num lago ou te escondo no mato para enfim, fugir sem fingir sorrir
5.
letra: Danilo Sevali arranjo / música: Hierofante Púrpura Vai vai vai vai vai vai ooohmm Vai vai dia vai! noite voa me envia Por mais e mais dias ai, Rotina. Vai vai dia vai! as tardes voam, me guia Por mais e mais dias ai, Rotina. E quanto de luxo eu espero me espelho, tolero mas eu venero a minha cabeça frita! Ao som de fundo escuto o meu defunto vibrante, contente, e cantando que nem Sabiá. Com votos de fé e coragem os meus pais, eles já estão no céu... Acuado só escuto calado aquela velha ladainha que me faz: chorar. (ele vai chorar)

about

por Jr. Bellé

A DEMÊNCIA EM HIEROFAUSTO PÚRPURA
Uma análise onírica em cinco atos

Acenda um cigarro da fábrica falida de Fausto. Empunhe uma pistola
lírica. Mergulhe na noite púrpura: Disco Demência. O novo álbum da
banda de Mogi das Cruzes é a trilha sonora póstuma para o clássico de Carlos Reichenbach, que caso estivesse vivo refumaria seu Filme Demência enrolando-o em cânhamo e papoula, e o lançaria no prelo da madrugada numa versão distorcida como a guitarra de Gabriel Lima e dolorosa como os gritos de Danilo Sevali. Mesmo Goethe, autor original dessa saga, aproveitaria a brecha para samplear o baixo de HelenaDuarte em O Óxido da Rotina, e então oxidar.

Com suas cinco faixas, o Disco Demência marca os 11 anos de estrada da Hierofante Púrpura: Cachorrada, Acalenta Lua, Baratas (elas continuam as mesmas), Colapso Colorido e o Óxido da Rotina. A melodia inicial de Cachorrada, que abre o disco, me lembrou imediatament e o pianão de Sujeito Sem Brio, do álbum Adubado. A diferença é que os pulguentos não têm só os dentes afiados da fritação, têm também um certo suingue, um molejo novo – quem diz que Hierofante não é dançar nunca foi cachorro nem cadela, nunca roeu o osso e nem mijou na esquina de uma dor demente. Nunca latiu pra lua. Nunca rosnou pro espelho - “não existe nenhum gênio sem um toque de demência”, disse o cara-pálida Sêneca. Lembre disso.

Venha cá, se achega, se ajeita nessa vida, seu lóki. Acalenta Lua, minha preferida do disco, tem nos tambores meio astrais, meio jazz, de Rodrigo Silva, seu charme maior. O repique da caixa vai ganhando o tom e convidando os lamentos deste cão vagabundo, deste Lima selvagem e doce uivando pro céu, a ecoar e ecoar e ecoar e equalizar sua guitarra, que abandona a timidez, se mostra, se desprende e distorce os acordes finais como as ondas de um maremoto distorcem a imagem da Lua numa noite clara, bem no meio do mar, se erguendo no horizonte como um monumento à sanidade distante. É aqui que Fausto mergulha naescuridão da metrópole, onde se esgueiram os ratos, onde corre a sarjeta, onde as baratas continuam as mesmas.

É lá, onde estão as Baratas, que a mansidão se faz presente, que o sossego mais primitivo se esconde, como os vícios, e atende pelo nome de Mefisto – dá pra sentir pelo lounge psicodélico do tom havaiano da guitarra, que vem e vai qual uma brisa calma, um vento de chuva, desses que anunciam tempestade. E ela chega em breve. E fica: notas voando num sopro de deus, acordes rodando em espiral, bumbos caindo como trovões, furacões graves começando nesse baixo sêneco. E mesmo depois da calmaria, as Baratas seguem curtindo com a nossa cara, cuspindo na nossa cara.

Mas naquela praia, na beirada de Mira-celi, ninguém dá um passo, o Colapso Colorido não é um arco-íris que se pinta na garoa fina, é denso e agressivo como o baixo de Helena, crescendo rápido e sorrateiro sobre o berro agudo da guitarra e o gralhar das baquetas nos pratos. Ele aparece assim, na madrugada, naquele violeta que sangra o céu da aurora. Que esfria a alma. Que oxida a rotina.

É O Óxido da Rotina que encerra o Disco Demência, gravado ao vivo no estúdio Mestre Felino – é o que se espera de uma banda de rock, e um pouco mais: ela é mantrica, como se cada dia fosse um fonema (ou um acorde de guitarra) e seu passar, e seu pesar, que nada mais é que a rotina, se tornasse o mantra dos descabidos. A voz de Sevali - nos sussurros quase inaudíveis e nos gritos furiosos – se encarrega disso: bicho, desse jeito a minha cabeça frita. E você me faz chorar,

hierofausto púrpura.

credits

released October 28, 2016

Hierofante Púrpura:

Danilo Sevali: Voz, Teclas, Guitarra Barítono
Helena Duarte: Baixo, Voz
Gabriel Lima: Guitarra Lead, Voz
Rodrigo Silva: Bateria

Participações especiais de Dinho Almeida (chorus em "Acalenta Lua" e "Colapso Colorido"), Paulo Barnabé (voz em "Baratas"), Victor Vieira-Branco (Vibrafone em "Colapso Colorido) e Jonas Morbach (chorus e percussões em "Cachorrada" e frituras ritualísticas em "O Óxido da Rotina")

Arte da capa por Renan Cruz
Produzido por Hierofante Púrpura e Jonas Morbach
Produção Executiva Mestre Felino
Gravação, mixagem e masterização por Jonas Morbach

Gravado ao vivo em plataforma analógica (16 track 1inchTape) no estúdio Mestre Felino em Dezembro de 2015, Mogi das Cruzes (SP-Brasil)

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about

Hierofante Púrpura Mogi Das Cruzes, Brazil

Brazilian psych music. Group formed in 2005, in full activity since then. Big trip, huh?

The sound made by Hierofante Púrpura, in Brazil in the early 20s in the 21st century, has something from 50 years ago and, at the same time, particularly current. From the living energy that comes from the psychedelic to the freedom of the experimental that leaves all doors open for
imagination.
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